
(Imagem: Conexão JA; 2006 especial)
Por meio da internet, você pode estudar, fazer amigos (MSN, Orkut e Skype que o digam), ganhar um espaço, ficar informado, trabalhar. É um universo fascinante. Você clica aqui, clica ali... e acessa o mundo, em qualquer lugar ou hora. O Marechal Rondon, reconhecido “Patrono das Comunicações Nacionais”, ficaria surpreso com a comunicação digital. No Brasil, segundo a Agência Estado, “o número de internautas residenciais que utilizaram a internet em abril de 2006 atingiu 13,4 milhões de pessoas”. Se você levar em consideração a população brasileira (estimativa de 182 milhões até o fim deste ano, segundo o IBGE), o número de usuários da internet não é tão assustador. No entanto, é bom lembrar que a maioria desses usuários é jovem.
Dorothy Lehr, 17 anos, do Unasp, Campus Engenheiro Coelho, é uma dessas internautas. “Uso a internet para lazer, para conversar com os amigos que estão longe”, diz ela. Mas nem tudo foram rosas no uso da grande teia. “No passado, a internet virou um vício na minha vida. Eu já deixei de jantar, de estudar e até de ficar com meus amigos para navegar na internet. A gente não vê o tempo passar.” Como era um vício consciente, Dorothy decidiu mudar. “Foi um pouco difícil, mas consegui. Atualmente, eu fico umas cinco horas por semana”, conta a garota que é fã de MSN, Orkut e fotologs.
Rodrigo Freire, 25 anos, de Porto Alegre, RS, também teve alguns problemas com a internet. A rede atrapalhou sua rotina de estudos, de trabalho e de horas de sono, devido à dependência criada por horas a fio na frente do computador. “Passava muito tempo conversando com meus amigos pelo MSN, em vez de falar com eles cara-a-cara. Uma garota com quem tinha altos papos chegou a dizer que me considerava um grande amigo. O detalhe é que, pessoalmente, nos vimos pouquíssimas vezes”, relata. Depois de perceber que a web estava lhe prejudicando – ele admite que ficou até mais ansioso –, Rodrigo decidiu estabelecer limites.
“Determinei metas de estudo e horários estipulados para usar o computador. Com o tempo, acabei me desvencilhando da internet e nem uso todo o tempo que me propus”, garante o jovem, que gasta, atualmente, cerca de oito horas semanais pra entrar em contato com amigos distantes pelo MSN e Orkut.
Emaranhado na teia?
Como você pode ver, o risco de o jovem ficar emaranhado nessa grande teia é muito grande. De acordo com a psicóloga Tercia Barbalho, coordenadora do Curso de Psicologia do Unasp, Campus São Paulo, a internet traz grandes facilidades para a comunicação, mas também estimula muitos malefícios se não for bem utilizada. “Se o jovem usar a internet excessivamente, ele pode se tornar dependente e suscitar crises fóbicas, de depressão e ansiedade”, avisa ela. Por que isso acontece? Segundo Tercia, a internet sacia apenas em parte as necessidades sociais. “Em um site de relacionamentos, há um vazio entre o computador e os dois usuários. É esse vazio que cria o vício, a mania. Aquilo se torna uma compulsão; todo o tempo é direcionado para o computador”, explica.
Fique calmo. A internet não é um instrumento maligno. Mas, pense bem: se ela é um meio popular de comunicação, por que o inimigo ficaria fora dela? Ele está online. Não ignore suas ciladas para atraí-lo. É indispensável lembrar-se de que a batalha do bem contra o mal acontece em nossa mente, porque tudo depende das escolhas que fazemos.
Tendo isso em vista, o pastor Paulo Bravo, líder de jovens da União Centro-Oeste (Ucob), em Brasília, DF, menciona dois pontos principais na relação entre o jovem e a internet. “O primeiro deles”, diz ele, “é selecionar com cuidado o tipo de pessoa com a qual se conecta em comunidades, as conversas que mantém, os sites pelos quais se navega.” É bom também tomar cuidado com a preservação da identidade, pois, exceto com amigos que já se conhecem, nunca se tem certeza de que a pessoa do outro lado esteja falando a verdade. A psicóloga Tercia completa: “A partir do momento em que a conversa começar a trazer assuntos invasivos ou a trair seus princípios e valores, essa é a hora de desconectar.”
O segundo ponto mencionado pelo pastor Paulo é fiscalizar o tempo que o jovem dedica à internet. “Nem tudo que não é pecado eu devo fazer”, previne. “Não é só porque estou navegando por bons sites que eu devo dedicar todo o tempo do mundo para isso. Há muita gente que não dorme, não se alimenta direito, deixa de estudar a Bíblia, porque passa tempo demais diante do computador.”
Uma das grandes armadilhas que o inimigo tem usado é distrair nossa atenção das coisas de Deus com coisas boas. “Às vezes, só navegando em sites cristãos, a gente acaba perdendo muito tempo”, diz o pastor.
A gente corre o risco de tentar abastecer a vida espiritual com coisas paralelas e deixar de lado a essência, que é a Palavra de Deus. Até mesmo o sábado pode ser negligenciado por causa da internet. Muitos jovens desperdiçam essas horas sagradas ao navegar pela web horas a fio. O conteúdo é bom? É. Mas esse não é o dia apropriado para fazer uso dele, pelo menos não na maior parte do tempo, a ponto de deixar de lado o ensaio do coral, as atividades da igreja, o culto jovem ou mesmo chegar morrendo de sono na igreja, no sábado de manhã.
Analisando friamente, não é tão difícil imaginar qual é a vontade de Deus para o internauta. É claro que sexo explícito, pornografia e pedofilia estão fora de questão. Mas não se engane: a tentação virá sutilmente.
Talvez você já tenha vivido esta cena: diante do micro, navegando por sites do bem, lendo algumas notícias, pesquisando e, de repente, encontra um link para um site perigoso ou impróprio para um jovem cristão. É difícil resistir à curiosidade, principalmente se você se sente suficientemente seguro para “dar apenas uma espiadinha”. Sabe como isso funciona? Uma espiadinha leva à outra, e está feito o estrago. Você se sente livre para acessar novamente esses sites e, quando menos esperar, estará “fisgado”.
Como a curiosidade é sempre um perigo, nesses casos, o mandamento é “não te arriscarás”. “O jovem precisa ter a noção de que é o homem que domina a máquina e não contrário”, resume a psicóloga Tercia.
“A internet é uma ferramenta bárbara de comunicação”, afirma o pastor Paulo. “É rápida, eficiente e barata. A gente sabe de toda a beleza que ela tem, mas sabe também de toda preocupação que gira em torno dela.” Por isso, nessa rede, não dá para bobear. Equipe-se com o material de segurança (veja quadro) e navegue com precaução. Lembre-se: o acesso à web é livre, mas cabe a você escolher os melhores links para trilhar.
Internet do bem
Jovens cristãos, de várias denominações, têm usado a internet para o bem. Moisés Biondo, 27 anos, de Boituva, SP, é um deles. Desde dezembro de 2005, ele mantém um blog evangelístico no ar. “Quando conheci o blog religioso de um amigo, também me interessei em fazer o mesmo com artigos sobre religião, com a intenção de defender a Bíblia numa linguagem bem popular.” Com atualização semanal, a experiência tem facultado a Moisés amizades de todo Brasil. “O que me espanta é como isso vai se espalhando de uma pessoa para outra. De repente, eu recebo um e-mail de alguém lá da Amazônia, que eu nem conhecia, comentando um artigo. Isso motiva a gente.”
Késia Mota, 33 anos, de João Pessoa, PB, também entrou nessa onda, mas no Orkut. Ela criou a comunidade “Examinais as Escrituras” e se surpreendeu com a opinião equivocada de vários internautas a respeito de alguns pontos da Bíblia. Insatisfeita, decidiu pesquisar esses temas e fornecer respostas. “Por meio do Orkut, Deus me deixou mais ‘treinada’ para o evangelismo público”, diz ela. Hoje, Késia não está mais no comando da comunidade, mas sempre que entra no Orkut, leva a Bíblia junto e fica muito feliz ao receber um scrap de desconhecidos com dúvidas ou agradecimentos. “Já estou até pensando em criar outra comunidade, que fale sobre a misericórdia de Deus.”
Online/Offline
“Uso a internet mais para o lazer, principalmente para teclar com amigos que estão longe. Mas, antes, ficava muitas horas na frente do computador. Acabava deixando de fazer outras coisas na vida real. Eu já deixei de jantar, de estudar e até de ficar com meus amigos para navegar na internet. No início deste ano, percebi como o mau uso da internet estava me prejudicando e decidi mudar isso. Foi difícil, mas consegui colocar alguns limites. Hoje, prefiro um bom bate-papo ao vivo com os amigos em vez de teclar pelo MSN. As cinco horas que gastava por dia passaram a ser cinco horas por semana.”
Dorothy Lehr, 17 anos, estudante do Unasp, Campus Engenheiro Coelho
Manual de segurança
- Mantenha o computador em uma sala de uso comum da casa. Isso evitará que você se sinta “sozinho” e, portanto, livre para acessar certos sites. É autoproteção!
- Fiscalize seu próprio tempo de utilização do equipamento. Estabeleça limites.
- Evite navegar durante o sábado. Não deixe que a internet atrapalhe as horas de comunhão com Deus e as atividades na igreja.
- Não forneça sua senha para outras pessoas, conhecidas ou não.
- Jamais revele informações pessoais como onde você mora, o número de seu telefone e onde é sua escola ou trabalho.
- Não envie fotografias suas ou de sua família para desconhecidos.
- Se for navegar em chats, escolha aqueles que sejam referendados.
- Não prossiga em diálogos que o façam sentir-se desconfortável ou que se tornem muito pessoais.
- Não marque encontros com alguém que você conheceu pela internet, a menos que tome todos os cuidados para que esse encontro seja seguro.
- Não aceite produtos ou oportunidades oferecidos pela web.
- Lembre-se que pessoas virtuais podem se passar por qualquer um, em qualquer lugar. Portanto, cuide-se.
- Tenha consciência de que o homem domina a máquina e não o contrário.
Fonte: Portal da Educação Adventista
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